Esofagectomia trans-hiatal no tratamento do megaesôfago chagásico avançado

Author:

Batista Neto João1,Fontan Alberto Jorge2,Nepomuceno Marcos da Costa3,Lourenço Laércio Gomes4,Ribeiro Laércio Tenório3,Ramos Carmen Pereira3

Affiliation:

1. Universidade Federal de São Paulo; Universidade Federal de Alagoas

2. UFAL; UFAL

3. UFAL

4. UNIFESP

Abstract

OBJETIVO: Avaliar os resultados da esofagectomia trans-hiatal no tratamento do megaesôfago chagásico avançado. MÉTODO: Foram estudados retrospectivamente 28 pacientes portadores de megaesôfago chagásico avançado (MCA), graus III e IV, segundo a classificação radiológica de Rezende (adotada pela Organização Mundial de Saúde), e que foram submetidos à esofagectomia subtotal trans-hiatal no Serviço de Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes (HUPAA) da Universidade Federal de Alagoas, entre 1982 e 2000. Foram analisadas, as seguintes variáveis: A) Queixas clínicas pré-operatórias versus as pós-operatórias (disfagia, regurgitação, pirose, diarréia, dumping, plenitude pós-prandial, pneumonia e o estado ponderal). B) avaliação radiológica pós-operatória da boca anastomótica esofagogástrica cervical e do estômago transposto. C) avaliação endoscópica pós-operatória do coto esofágico e da boca anastomótica. RESULTADOS: O seguimento variou de 4 a 192 meses, média de 58,18 meses. Dezesseis pacientes eram do sexo feminino e 12 masculinos. Idade mínima de 16 e máxima de 67 anos, média de 36,5 anos. Não houve mortalidade nesta série. Houve resolução plena da disfagia na maioria dos pacientes (20/28 - 71,4%), um (3,6%) referiu disfagia leve que não necessitou tratamento e 7/28 (25%) necessitaram de uma ou mais sessões de dilatação. Nenhum necessitou de dilatação permanente. A pirose foi o sintoma mais importante no seguimento tardio (35,7%), seguida da regurgitação (25%), diarréia (14,3%), plenitude pós-prandial (10,7%) e dumping (3,6%). Houve ganho ponderal em 87,5% dos pacientes avaliados. A esofagite no coto esofágico foi o achado endoscópico mais significativo (46,4%). O esôfago de Barrett no coto remanescente foi encontrada em 10,7% dos casos. A maioria dos achados radiológicos foi normal, embora três doentes (10,7%) tenham apresentado estase gástrica. CONCLUSÃO: A esofagectomia trans-hiatal mostrou-se eficaz para o tratamento da disfagia no megaesôfago chagásico avançado, embora com morbidade elevada, porém com mortalidade nula.

Publisher

FapUNIFESP (SciELO)

Subject

Surgery

Reference22 articles.

1. Tópicos em gastroenterologia 2: gastroenterologia tropical;Ferreira-Santos R,1991

2. Controvérsias na cirurgia do aparelho digestivo;Malafaia O,1991

3. Controvérsias na cirurgia do aparelho digestivo;Barbosa H,1991

4. Opções cirúrgicas no tratamento do megaesôfago avançado;Ximenes Neto M;Rev Saúde Dist Fed,2001

5. Controvérsias na cirurgia do aparelho digestivo;Ferreira EAB,1991

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