Efeito da calagem e de diversas adubações na batata-doce e no cará, em solos de baixa fertilidade, derivados do arenito Botucatu

Abstract

No presente trabalho são relatadas duas experiências realizadas em Santa Rita do Passa-Quatro, para estudar o efeito da colagem e de algumas adubações sôbre a batata-doce (Ipomoea batatas Lam) e o cará (Dioscorea alata L.), em solos pobres, derivados do arenito Botucatu. A primeira, conduzida por cinco anos consecutivos, foi instalada nas proximidades de uma baixada com solo arenoso, ácido, tendo elevado teor de matéria orgânico. Em números relativos, as respostas à colagem e à adubação com NPK foram enormes. Todavia, mesmo com o melhor tratamento (1,5 t/ha de calcário + NPK), as produções de batata-doce, nos quatro anos em que ela ocupou os canteiros, foram muito baixas, o que se atribui à imperfeita drenagem do terreno. No ano em que o cará figurou na experiência, porém, sua produção foi satisfatória, de sorte que o efeito daquele tratamento também foi grande em números absolutos. O solo da segunda experiência, conduzida por três anos em terreno de meia encosta, também era arenoso, mas, bem drenado, menos ácido e com teor normal de matéria orgânica. Sua vegetação espontânea era típico de cerrado. Com os melhores tratamentos as produções de batata-doce foram satisfatórias e, as de cará, muito boas. Na ausência do calcário, os efeitos de duos adubações normais com NPK (uma puramente mineral e outra organomineral) e de uma terceira com 50 t/ha de estêrco, foram muito bons e pouco diferiram entre si, nas culturas de batata-doce; na de cará, porém, o estéreo se mostrou muito superior. Entretanto, na presença do calcário, os respostas e essas adubações, principalmente às duas primeiras, foram muito inferiores. Por sua vez, o calcário, que se mostrou benéfico na ausência das adubações, ficou, na presença destas, praticamente sem efeito. Um tratamento extra, sem calcário, de adubação verde com leguminoso, teve efeito equivalente ao do estêrco. Do estudo das produções e do solo concluíram os autores que, nas condições desta experiência, o dose anual de 3 t/ha de calcário foi excessivo, pois, além de outros possíveis efeitos nocivos, reduziu a solubilidade de alguns nutrientes essenciais.