Abstract
Entre os órgãos do corpo humano, o cérebro é tido hoje como aquele que define a nossa identidade pessoal. Uma "linguagem da serotonina" é utilizada para explicar sintomas dos mais diversos, entre eles, estados de humor como a "depressão" e a "ansiedade", linguagem esta que entrou para o discurso cotidiano do público leigo. A literatura aponta para o surgimento de um "sujeito cerebral" na contemporaneidade, marcado por um borrar das fronteiras entre mente e cérebro. Todos os anos, laboratórios farmacêuticos investem milhões de dólares para divulgar medicamentos voltados para o tratamento das chamadas desordens mentais-cerebrais. Parte desse investimento é voltada não para a divulgação dos produtos, mas sim para a das doenças elas mesmas. Trata-se aqui de refletir sobre a noção de "pessoa" que esse material veicula, na qual o paradigma "sujeito cerebral" caminha lado a lado de uma imagética físico-moral.
Subject
Arts and Humanities (miscellaneous),Anthropology
Reference47 articles.
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2. "Pharmaceutical marketing and the invention of the medical consumer";APPLBAUM Kalman;PLoS Med,2006
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4. Antropologia e consumo: diálogos entre Brasil e Argentina;AZIZE Rogerio Lopes,2006
5. O homem-máquina: a ciência manipula o corpo;BARBARAS Renaud,2003
Cited by
9 articles.
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