Affiliation:
1. Universidade Aberta de Lisboa, Portugal; Universidade Técnica de Moçambique, Moçambique
Abstract
Resumo: A pesquisa aqui apresentada resulta de uma reflexão sobre as epistemologias subalternas, sobretudo de matrizes africanas, tomando como exemplo a etnomatemática. O discurso filosófico sobre o “epistemicídio” dos saberes locais e tradicionais, por parte do paradigma científico dominante, pode ser aplicado a vários âmbitos disciplinares, entre os quais a matemática, nas suas duas vertentes principais, a aritmética e a geometria, que representa um caso paradigmático e significativo. Teorizada pela primeira vez pelo brasileiro D’Ambrosio e o holandês-moçambicano Paulus Gerdes, a etnomatemática vive hoje uma contradição: ela foi aceite em termos epistemológicos, mas, especialmente em África, teve muitos problemas em se afirmar, entrando com dificuldades nos curricula oficiais. A pesquisa mostra como se deu tal processo, em Moçambique, um país símbolo do caminho da etnomatemática africana, em consideração da contribuição de Gerdes e da educação progressiva na primeira fase da sua independência.
Reference53 articles.
1. Para uma crítica da razão antropológica;ÁLVARES L. P.;Praxis Comunal,2018
2. Os saberes populares da etnociência no ensino das ciências naturais: uma proposta didática para aprendizagem significativa;ANDRADE COSTA R. G. de;Revista Didática Sistémica,2008
3. Discussing ethnomathematics: Is mathematics culturally dependent?;ARDA CIMEN O.;ProcediaSocial and Behavioral Sciences,2014
4. Epistemologias do Sul;ARRISCADO NUNES J.,1995
5. The Egyptian Philosophers: Ancient African Voices from Imhotep to Akhenaten;ASANTE M. K.,2000