Affiliation:
1. Universidade do Estado da Bahia, Brazil
2. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Brazil
3. Centro Universitário FTC, Brasil
Abstract
Resumo: Introdução: O conhecimento sobre pesquisa científica e a compreensão dela são habilidades que devem ser desenvolvidas por todos os profissionais de saúde. Especificamente na Medicina, essas habilidades compõem uma parcela importante da graduação e da educação médica continuada. Considerando que a formação médica possui estreita relação com a compreensão sobre evidências científicas, torna-se relevante analisar o envolvimento dos estudantes de Medicina com as atividades científicas durante o curso. Objetivo: Este estudo teve como objetivos verificar o interesse e o envolvimento em pesquisas científicas entre os estudantes de Medicina por meio da análise do perfil acadêmico e das atividades extracurriculares realizadas, avaliar a produção científica e identificar as motivações e dificuldades enfrentadas. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado com estudantes de Medicina de Salvador, na Bahia, maiores de 18 anos. Aplicou-se, por meio do Microsoft Forms, um questionário virtual, estruturado e anônimo contendo 21 perguntas acerca do perfil acadêmico e das atividades extracurriculares realizadas, além de dados sobre a produção científica e as motivações e dificuldades enfrentadas pelos estudantes. Resultado: Dos 460 estudantes participantes, houve predominância de mulheres (63,3%), com idade de 24,1+6,1 anos, cursando os ciclos básico (45,4%) e clínico (46,7%), que não possuem desejo prévio de trabalhar com pesquisa (54,8%). Dentre os participantes, 54,6% integraram ligas acadêmicas, 31,1% possuem envolvimento com grupos de pesquisa e 29,1% participaram de monitoria. Verificou-se que apenas 33,9% dos estudantes possuem resumos publicados em congressos, 12,2% são coautores de artigos científicos e 7,4% são autores principais. O interesse em trabalhar com pesquisa aumenta durante a graduação (p = 0,010), estando os estudantes motivados para produzir cientificamente (66,1%). A experiência em pesquisa (27,4%) e o interesse genuíno na descoberta científica (20,9%) foram os principais fatores motivadores. Entretanto, 81,1% dos discentes identificaram dificuldades para produzir conteúdo científico e apontaram como empecilhos a orientação inadequada (16,0%) e a falta de tempo (15,5%). Não foi observada relação entre a motivação e a dificuldade para produzir cientificamente e o ciclo acadêmico em curso. Conclusão: Os estudantes de Medicina demonstram interesse e participação em pesquisa científica, entretanto aqueles que, de fato, estão envolvidos com atividades científicas representam a minoria.