Affiliation:
1. Universidade Federal do Tocantins
2. Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Abstract
O propósito deste trabalho é tecer algumas reflexões, referentes à questão da autogestão, no contexto do movimento da chamada "economia solidária". Para tanto, o caminho aqui percorrido foi aquele que considera a realidade saturada de contradições e em constante transformação. Buscou-se ter como orientação epistemológica algumas categorias fundamentais, das quais se destacam: a perspectiva de totalidade, a centralidade do trabalho e a problemática da alienação. Observamos que a práxis do movimento de trabalhadores em se associarem é situada dentro da crise estrutural do capital, logo, tal movimento sugere duas perspectivas: como organizações funcionais ao sistema, logo, uma alternativa produtiva de geração de renda e de trabalho; e/ou como uma forma de resistência dos trabalhadores. Concluímos que, apesar da situação de funcionalidade, a lógica da acumulação dos empreendimentos ditos "solidários" não é um determinismo linear, mas, sim, um movimento de criar, continuamente, novos pontos de resistência, fruto das reiteradas tentativas de experimentar algum grau de autogestão no capitalismo, o que aponta para novas possibilidades históricas e políticas derivadas de uma consciência coletiva em construção.
Reference23 articles.
1. Revista Organização e Democracia;BENINI E. A.,2003
2. Políticas públicas e relações de trabalho - estudo sobre o processo e natureza da denominada "Economia Solidária", enquanto política pública, a partir da investigação de alguns casos concretos;BENINI E. A,2004
3. Economia solidária em questão - estudo sobre as possibilidades e limites de inserção e emancipação social no capitalismo, a partir de um estudo multicasos;BENINI E. G,2008