Affiliation:
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Brasil
2. Universidade Estadual de Campinas, Brasil
Abstract
RESUMO O presente trabalho apresenta dados etnográficos de uma pesquisa de doutorado realizada em escola pública na zona norte de São Paulo. Na realidade pesquisada, as garotas negras tiveram um papel importante na organização e manutenção do movimento de ocupação ocorrido no final de 2015. Neste artigo, pretendemos evidenciar como a presença da cultura negra no currículo escolar de uma instituição de Ensino Médio, junto a outras políticas de valorização e reconhecimento dessa cultura, pode ter contribuído para a articulação dessas jovens na decisão sobre o movimento. A ocupação se deu em meio a uma movimentação maior ocorrida no estado de São Paulo em 2015, tendo como principais objetivos: a) resistir à reforma do Ensino Médio anunciada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e b) reivindicar uma escola mais democrática, que reconheça as diferenças e possibilite a participação das jovens nos processos de decisão. A pesquisa realizada nessa unidade escolar tem como fundamentação teórica os estudos da sociologia da educação e os estudos antirracistas. Realizou-se, através de observações e entrevistas semiestruturadas com estudantes e docentes antes, durante e após o período de ocupação. Percebe-se que apesar das dificuldades, como perseguições à docentes e estudantes que participaram e apoiaram o movimento, o processo de ocupação contribuiu para a constituição de saberes fundamentais para a construção de um pensamento democrático, antirracista e feminista na instituição.
Reference38 articles.
1. Racismo Estrutural;ALMEIDA Silvio;[Entrevista no Programa de TV] . Roda Viva,2020
2. Relações de gênero nas práticas escolares: da escola mista ao ideal de co-educação;AUAD Daniela,2004
3. Educação para a democracia e coeducação: apontamentos a partir da categoria gênero;AUAD Daniela;Revista USP,2003
4. Educação Física escolar e relações étnico-raciais: subsídios para a implementação das Leis10.639/03 e 11.645/08;AUAD Daniela,2016
5. Feminismos, interseccionalidades e consubstancialidades na Educação Física Escolar;AUAD Daniela;Revista Estudos Feministas,2018