Abstract
Na perspectiva de Paul Singer sobre a autogestão, está implícita uma relação de co-determinação entre a realização de práticas autogestionárias e a incorporação de valores ideológicos de Economia Solidária por parte dos trabalhadores. Este estudo critica essa relação de co-determinação a partir da fundamentação empírica de 42 entrevistas com trabalhadores de duas cooperativas de produção. Assim, identificou-se uma heterogeneidade de valores ideológicos, definida em três perfis: perfil de solidariedade, perfil de assalariamento e perfil de instrumentalização capitalista. Argumentamos que a existência desses perfis não pode ser explicada pelo modelo de co-determinação de Singer e, em contrapartida, propomos uma explicação baseada nos estudos sociológicos e de psicologia social sobre os valores de trabalho.
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