Affiliation:
1. Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil
Abstract
Resumo As crises que caracterizam nosso tempo espelham uma crise civilizatória com raízes no monopólio do saber, em que os modos de conhecer desenvolvidos pelo capitalismo científico degradam o ambiente e subjugam saberes construídos na coevolução das culturas com a natureza, os territórios e os meios de vida. A tecnologia e as inovações científicas assumiram papel central na sociedade atual, mediando um sem-número de relações sociais, ambientais e políticas hegemonizadas pelo capitalismo colonial contemporâneo. Neste ensaio, buscamos trazer reflexões sobre as relações entre os campos da energia e da saúde que, além de manifestarem sucessivas crises, vêm mobilizando o imaginário social nos últimos anos por serem regidos por sistemas sociotécnicos que condicionam os modos de vida modernos. As crises energética e sanitária são abordadas com base em suas construções históricas, nas estruturas produtivas que mobilizam, nos modos de vida que criam e nas relações sociais que ordenam. Apontamos para os mecanismos por meio dos quais os circuitos globais do capital exportam externalidades na direção das populações com menor acesso à energia mecânica disponível em seus sistemas sociotécnicos, gerando catástrofes socioambientais, expropriação de terras, perda de biodiversidade, mudanças climáticas, poluição, pobreza, fome e epidemias.
Subject
General Medicine,General Chemistry
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