Affiliation:
1. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Abstract
Resumo O artigo analisa a experiência de pessoas que vivem com a Síndrome de Berardinelli-Seip no Nordeste brasileiro. Este estudo qualitativo foi desenvolvido com onze interlocutores, sendo nove pessoas vivendo com a síndrome e duas mães. Para coligir as informações, utilizaram-se observação participante, caracterização social e entrevistas semiestruturadas. Os dados foram analisados por meio da técnica de codificação temática. Emergiram duas categorias: (1) ‘o segredo é fechar a boca’: gerenciamento da alimentação na vida cotidiana; e (2) ‘ah, é uma travesti?’ Corpo, gênero e masculinização. Concluiu-se que na experiência dos interlocutores seus agenciamentos e criatividade se traduziram em estratégias para gerenciamento da alimentação que integravam gostos, valores, hábitos, prescrições biomédicas e prazeres envolvidos em situações de comensalidade. No que tange à corporeidade, evidenciou-se que as representações e as experiências com o corpo apresentam desigualdades de gênero, na medida em que a mulher passa a ser alvo privilegiado de estigmas, preconceitos e discriminação na vida adulta.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy
Reference41 articles.
1. Olhares socioantropológicos sobre os adoecidos crônicos;Canesqui AM,2007
2. Adoecimentos e sofrimentos de longa duração;Canesqui AM,2013
3. Uma dor que não passa: aportes teórico-metodológicos de uma Antropologia das doenças compridas;Fleischer S;Polít Trab,2015
4. International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research Rare Disease Special Interest Group. Rare disease terminology and definitions: a systematic global review – Report of the ISPOR Rare Disease Special Interest Group;Richter T;Value Health,2015
5. Diretrizes para atenção integral às pessoas com doenças raras no Sistema Único de Saúde – SUS,2014