Affiliation:
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil
Abstract
Resumo O vitalismo canguilhemiano não é evidente, tampouco é uma forma mais conhecida desse tipo de pensamento; não nasce das antigas diatribes que, do século XVIII, invadiram as polêmicas do XIX. Canguilhem reabilita o vitalismo a partir de uma abordagem ontológica única, para a qual ele não hesita em referenciar-se nos antigos e, de modo geral, num Hipócrates que, lido sobretudo por meio da história escrita por Charles Singer, traz à tona outros temas, como a crítica ao conceito de homeostase revivido e nomeado por Walter Cannon. Canguilhem redimensiona a homeostase hipocrática que Cannon cientificizou, dando-lhe uma mobilidade que lhe é conceitualmente essencial, e redesenha o projeto do vitalismo, recusando-lhe a antítese do mecanicismo. Dessa forma, Canguilhem foi buscar ou se respaldar num Hipócrates lido pelos historiadores da medicina (e das ciências biomédicas). Este artigo procurou mapear a contribuição de longa duração de Georges Canguilhem para o discurso médico, bem como seu papel fundador de uma nova concepção de normalidade a partir da sua concepção de vitalismo, que, para ele, é herdeira de um “espírito hipocrático”.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy,Health(social science)
Reference20 articles.
1. Textos Hipocráticos: o doente, o médico e a doença;CAIRUS H. F.,2005
2. Hippocratis De rerum natura, ad Brasiliam ex Co;CAIRUS H. F,2018
3. Escritos da medicina;CANGUILHEM G,2005
4. O normal e o patológico;CANGUILHEM G,1995
5. Conhecimento da vida;CANGUILHEM G,2012