Affiliation:
1. Universidade Federal de Pernambuco, Brazil
2. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brazil
Abstract
As mulheres pobres do programa Bolsa Família são acusadas de ter mais filhos para ingressar ou permanecer no programa. Em pesquisa etnográfica (2012/2014), analisamos os relatos de cinco beneficiárias e observamos o contrário. Elas procuraram pela esterilização no serviço público de saúde de Recife, Pernambuco, Brasil, para não ter mais filhos e enfrentaram diversos obstáculos. Dentre os impeditivos, apontaram dificuldades na contracepção reversível, bem como restrição da oferta de esterilização no serviço público de saúde, o que aumenta a procura durante o parto cesariano. O argumento de ser beneficiária do Bolsa Família é utilizado para reforçar a condição de pobreza e aumentar as chances de conseguir a esterilização, nem sempre exitoso. Apenas duas mulheres conseguiram realizar a esterilização, atribuindo o êxito à “sorte” ou à “graça de Deus”, não ao acesso a um direito. Os resultados do presente estudo sugerem que o aumento da prole não é resultante do ingresso no programa, e sim à falta de acesso a direitos reprodutivos.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health
Reference35 articles.
1. Mulheres titulares do Bolsa Família: direitos reprodutivos, trabalho projetos de vida;Nanes G,2016
2. Bolsa Família
3. Bolsa Família: benefícios
4. Programa Bolsa Família: uma década de inclusão e cidadania;Alves JE,2013
5. Diálogos transversais em gênero e fecundidade: articulações contemporâneas;Alves JE,2012
Cited by
1 articles.
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