Abstract
Examino criticamente a proposta de uma etologia cognitiva que queira centrar-se no estudo da consciência dos animais. Argumento que, embora possa dizer-se que os animais possuem consciência, no sentido de que se dão conta de eventos internos ou externos, não há como chegar ao conhecimento exato dos conteúdos desta consciência. Aponto os limites das tentativas de leitura da consciência baseadas em traduções perce-ptuais, em analogias antropomórficas e no uso de critérios comportamen-tais. O conhecimento de um animal fundamenta-se na observação de como se comporta nas circunstâncias que lhe são peculiares, e consiste numa reconstituição que respeita seus modos próprios de representação e de ajustamento.
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