Affiliation:
1. Universidade Federal do Rio de Janeiro
Abstract
Abordaremos, neste artigo, a noção de alteridade, que se encontra intrinsecamente articulada na obra freudiana ao estado de desamparo do ser humano. O recém-nascido, por causa de sua imaturidade motora e psíquica, é incapaz de satisfazer por si só suas necessidades vitais de sobrevivência, o que tem como contrapartida a dependência do outro, condição estruturante do próprio sujeito. Analisa-se a alteridade como um complexo com dupla face, tecido em uma relação que remete ao mesmo tempo ao semelhante e ao estranho, o que engendra um risco para o sujeito: não há qualquer garantia quanto ao que se pode esperar do outro. Debruçar-nos-emos sobre esse estado característico do início da vida, que lança o homem ao campo do outro, da linguagem e da cultura, para mostrar como se dá o processo de constituição psíquica. Propomos que o estado de desamparo está associado à incerteza e à ausência de garantias provindas do outro.
Reference25 articles.
1. As pulsões;Birman J.,1995
2. A histérica entre Freud e Lacan;Davi-Ménard M.,2000
3. Todo el placer és mio;Davi-Ménard M.,2001
Cited by
2 articles.
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