Affiliation:
1. Universidade Federal de São Paulo, Brasil
Abstract
RESUMO O presente artigo analisa a mudança do perfil dos frequentadores de dois dos templos maçônicos mais antigos da cidade de São Paulo, o Piratininga e o América, fundados respectivamente em 1850 e 1868. As lojas maçônicas reuniram importantes lideranças políticas e sociais da cidade, personagens como os abolicionistas Luiz Gama, Joaquim Nabuco e Antonio Bento, entre outros. Ao final do século XIX, a organização havia se transformado num dos principais espaços de sociabilidade, onde o debate político e social tornou-se frequente. A maçonaria como espaço de interlocução, tributária de prestígio e status, no início do século XIX, esteve marcadamente circunscrita a participação de grupos mais abastados da sociedade, no entanto, uma série de transformações sociais acenaria para o ingresso de grupos menos privilegiados na organização, como “homens de cor”, nascidos livres e libertos, imigrantes e trabalhadores nacionais. O ingresso de grupos menos privilegiados suscitaria conflitos, disputas e debates no interior dos templos. Aspecto que colocaria em xeque a afirmação historiográfica de que a organização maçônica compunha um grupo formado por bem-nascidos.
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