Affiliation:
1. Universidade Federal de São Paulo, Brazil
Abstract
RESUMO A prevalência de meninos no fracasso escolar vem sendo salientada por vários autores e o fenômeno vem se acrescentando com a incidência do diagnóstico de TDAH no sexo masculino. Com base em dados coletados em um programa de extensão para crianças com queixa escolar, o presente artigo visa contribuir com uma articulação teórico-empírica acerca da perpetuação dos estereótipos de gênero na educação. O método incluiu a análise de 142 fichas de matrícula, 172 protocolos de observação e 10 registros de rodas de conversa. Além do predomínio masculino no atendimento, identificaram-se indícios de clichês sexistas, notadamente a agressividade física e a impulsividade para os meninos, e o culto à beleza para as meninas. A pesquisa salienta o papel dos educadores na perpetuação dos estereótipos de gênero e a fecundidade das rodas de conversa como instrumentos para sua identificação e desconstrução.