Affiliation:
1. Universidade Federal de Alfenas, Brasil
2. Universidade de São Paulo, Brasil
3. Universidade do Estado de Minas Gerais, Brasil
Abstract
Resumo Tendo como tema as subjetivações políticas nas Jornadas de Junho de 2013, o artigo objetiva analisar a formação política de jovens propiciada pela experiência de participação nas manifestações, bem como suas influências na reconstrução de identidades e trajetórias políticas e educacionais. Em diálogo com as noções de itinerários e trajetórias, é feita uma revisão bibliográfica sobre produtos que trataram das Jornadas de 2013 nos temas juventude, estudantes, educação, subjetivações e identidades. Como referencial teórico, a noção de subjetivação política de Jacques Rancière orienta a formulação de questões de pesquisa, as quais são apresentadas como principais resultados. Assim, como resultados, mais do que conclusões, o artigo constrói roteiros de análise que orientarão a pesquisa de campo para a pesquisa “Dimensões educacionais das Jornadas de 2013: Pautas educacionais, experiências escolares e formação política de jovens em protesto”, quando serão entrevistados militantes e ativistas em dez estados brasileiros. Destacam-se as interrogações sobre as tensões e aproximações entre, de um lado, as experiências contingentes de participação nos protestos – que criaram momentos de subjetivação política – e, de outro, a convivência, em “multidão”, de múltiplas identidades que são afirmadas e reconstruídas. Também, interrogações a respeito das ambiguidades e contradições das Jornadas, expressas na bifurcação dos caminhos dos protestos nos anos seguintes, entre a continuidade de manifestações progressistas e a deriva conservadora que implicou no impeachment de Dilma, em 2016, e na eleição do candidato da extrema-direita, em 2018.
Reference37 articles.
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