Affiliation:
1. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil
2. Universidade Estácio de Sá, Brasil
Abstract
Resumo Os discursos em torno da tecnologia têm sido marcados por juízos de valor dicotômicos, ainda que predominantemente otimistas, sobre o lugar desses artefatos em contextos educacionais. Na própria academia, parece apostar-se, com frequência, em artefatos digitais como solução de problemas da educação que são, de fato, complexos e historicamente enraizados. Este artigo parte de um questionamento acerca dos discursos em torno das tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA): estariam os velhos discursos - fundamentados na naturalização da tecnologia - sendo reproduzidos? Com base em uma revisão de literatura acadêmica sobre a IA na educação, realizada no escopo de um projeto mais amplo em andamento, o texto apresenta um panorama dos principais pontos de discussão levantados nos últimos cinco anos na área da educação. Por um lado, parece haver grande entusiasmo com a IA e suas promessas; por outro, destacam-se preocupações com a profissão docente - em um extremo, com a substituição do professor pela máquina, um temor que também não é novo. Contudo, nosso recorte sugere que, para além de um otimismo ou pessimismo exacerbados, estão em pauta importantes considerações, fundamentadas em teorização aprofundada e estudos com empiria de campo sólida, que podem abrir caminhos outros que o desenvolvimento e aceitação de tecnologias em perspectivas meramente solucionistas.
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