Affiliation:
1. Universidade Federal do Espírito Santo
2. Fundação Oswaldo Cruz
Abstract
O texto aborda criticamente a polaridade entre discursos sobre estilos de vida saudáveis e sedentarismo no contexto dos novos recursos tecnológicos de busca e disseminação de informações em saúde. Argumenta-se que a racionalidade tecnocientífica contemporânea fez emergir uma "economia das verdades" que, na perspectiva de conduzir a estilos de vida seguros, tem prescrito um ideário normativo de autodisciplina gerador de angústias e de consumo de artefatos agenciadores de gastos calóricos. Na produção hegemônica desses regimes de verdade, o sedentarismo se apresenta como conduta de risco à saúde, equivalendo à falência moral e inaceitável falta de cuidado consigo. Enfatiza-se que a profusão de discursos sobre estilos de vida e risco, tomados como dispositivos biopolíticos imbricados nos processos comunicacionais em saúde, merece foco por suas implicações éticas e políticas. A espetacularização de modos de vida associados ao consumo e a produção de narrativas que influenciam perversamente nossa cultura têm nos distanciado de uma noção de saúde socialmente possível. Discute-se, enfim, a essência reguladora de tais referentes simbólicos na construção de sistemas de conhecimento que vêm (re)definindo o que é ser saudável, normal, doente.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy
Reference55 articles.
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2. A saúde persecutória: os limites da responsabilidade;Castiel LD,2007
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4. Risk;Lupton D,1999
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Cited by
18 articles.
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