Affiliation:
1. Rede Metodista de Educação do Sul
2. Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Abstract
A cultura ocidental valoriza a magreza, embasada principalmente pelas descobertas da biomedicina, que acabou por transformar o corpo gordo em sinônimo não apenas de falta de saúde, mas em um "corpo desumanizado", um caráter pejorativo de falência moral. Assim, o presente trabalho teve por objetivo analisar as representações sociais acerca do ser gordo, através de uma análise qualitativa e interpretativa de catorze matérias que foram capas de duas revistas semanais brasileiras: Veja e IstoÉ, entre os anos de 1997 e 2002. Buscamos, através da análise bibliográfica em conjunto com o material de campo, refletir sobre as representações sociais sobre o ser gordo na atualidade. O artigo privilegiou a utilização do conceito de representações sociais, tal como é utilizado pelas ciências sociais, por nos permitir compreender por que algumas questões - neste caso, o indivíduo ser gordo - ganham visibilidade em um determinado momento. Sobressaiu das análises que as revistas destacam depoimentos baseados no saber científico e biomédico que legitimam a escolha de um tipo de corpo caracterizado como supostamente "ideal", por ser considerado sinônimo de saúde, felicidade e alegria: o magro. Assim, um cerco à gordura é declarado e estratégias de "luta" são formuladas, recaindo, em última análise, sobre o ser gordo.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy
Reference29 articles.
1. A gordura destruiu minha vida;O Globo,2003
2. Políticas do corpo;Fischler C,1995
3. Novos saberes e práticas em saúde coletiva: estudos sobre racionalidades médicas e atividades corporais;Luz MT,2003
4. Diga-me quanto pesas e te direi quanto vales: um estudo sobre representações do gordo em revistas contemporâneas;Sudo N,2004
5. Sobre a televisão;Bourdieu P,1997
Cited by
12 articles.
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