Abstract
O estudo do perfil sociodemográfico, história penal, uso de drogas e doenças sexualmente transmissíveis da população carcerária do Estado do Rio de Janeiro, em 1998, permitiu conhecer diferentes características da população prisional por sexo. O objetivo deste estudo é identificar se o perfil de exclusão social a que essa população é submetida difere quanto ao sexo. Foram entrevistados 2.039 presos por estudo seccional, e utilizada a razão de prevalência como medida de associação entre sexo e as demais variáveis. A análise multivariada, através de regressão logística, compõe um modelo final de explicação dessas diferenças. A população é jovem, de baixa escolaridade, e apresenta ruptura de vínculos da vida social em várias dimensões para ambos os sexos. Fatores mais fortemente associados ao sexo masculino: visita íntima na prisão, estar preso por sete anos ou mais, ser casado, condenação por roubo, ter ainda três anos ou mais a cumprir de pena e uso de maconha antes de ser preso; para o sexo feminino: doença sexualmente transmissível, ser viúva, estrangeira, usar tranqüilizante na prisão, ter visitado alguém na prisão antes de ser presa e ter 35 anos ou mais. A análise dos dados permitiu concluir que embora esses homens e mulheres sejam igualmente excluídos da "vida social" muito antes e também depois da prisão, existem algumas características que os diferenciam nesse processo de injustiça social.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health,Health Policy
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Cited by
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