As novas definições e classificações dos estados intersexuais: o que o Consenso de Chicago contribui para o estado da arte?

Author:

Damiani Durval1,Guerra-Júnior Gil2

Affiliation:

1. Hospital das Clínicas; Universidade de São Paulo

2. Universidade Estadual de Campinas

Abstract

As anomalias da diferenciação sexual têm-se constituído em um formidável desafio quanto ao diagnóstico e à conduta, colocando o paciente, os familiares e os profissionais da equipe de saúde na difícil situação de definir a melhor opção quanto ao gênero de criação. Uma terminologia confusa e estigmatizante tem sido adotada e, nesse sentido, o Consenso de Chicago propõe várias modificações no sentido de minimizar os desconfortos graças a uma terminologia que nem sempre auxilia na solução de problemas. Os autores fazem uma análise crítica da classificação sugerida pelo Consenso, levantando a questão de que, na nova classificação, também não se resolvem certos problemas terminológicos e continua a se criar algum grau de estigmatização. Em primeiro lugar, a sugestão de se incluir o cariótipo no nome da doença supõe, erroneamente, que os pacientes não tenham conhecimento do que significa ser 46,XY ou 46,XX. Uma criança criada no sexo feminino com uma anomalia da diferenciação sexual (ADS) 46,XY não vai entender porque está no sexo feminino se seu cariótipo é "masculino". A substituição do termo hermafroditismo verdadeiro por ADS ovotesticular está longe de resolver o problema de estigmatização causado por "hermafroditismo". O termo ovotesticular é claramente entendido como uma fusão entre ovário e testículo e não será aceito com "naturalidade". Se, por um lado, é muito satisfatório que a questão da nomenclatura seja discutida, por outro lado devemos escolher termos alternativos que sejam realmente neutros e não tragam, em si, a conotação de um sexo que pode não condizer com o escolhido para aquele paciente em particular. Um ponto em que todos concordamos é que a substituição de intersexo por anomalia da diferenciação sexual (ADS) ou, disorder of sex development (DSD), na língua inglesa, cai muito melhor e não dá a conotação de um "sexo intermediário" como o nome antigo proporcionava.

Publisher

FapUNIFESP (SciELO)

Subject

General Medicine,Endocrinology, Diabetes and Metabolism

Reference17 articles.

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2. Menino ou menina?: Os distúrbios da diferenciação do sexo;Maciel-Guerra AT,2002

3. Changing the nomenclature/taxonomy for intersex: a scientific and clinical rationale;Dreger AD;J Pediatr Endocrinol Metab,2005

4. Determinação e diferenciação do sexo;Maciel-Guerra AT;Arq Bras Endocrinol Metab,2005

5. Current views on evaluation, management, and gender assignment of the intersex infant;Nelson CP;Nat Clin Pract Urol,2004

Cited by 24 articles. 订阅此论文施引文献 订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献

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