Affiliation:
1. Universidade de Lisboa; Rede de Investigadores em História e Museologia da Infância e da Educação
Abstract
Ao destacar o caráter polissémico da palavra criança, o artigo questiona tal polissemia para tempos pretéritos. Afirma que o vocábulo foi muitas vezes substituído por outros, com o intuito de designar com mais propriedade as fases de desenvolvimento infantil e problematiza com isto o estudo clássico de Philippe Ariès acerca do sentimento de infância na Idade Média. As análises partem de uma releitura da Crónica de D. João I, de Fernão Lopes e rastrea no texto do cronista as palavras usadas para significar criança na acepção que hoje se dá ao termo. O propósito foi o de efetuar sondagem em uma das obras desse grande criador da língua portuguesa no período considerado. A essa fonte acrescentam-se algumas páginas da literatura que focaliza a criança em diferentes situações, cuja análise permitiu reconstruir as diversas representações de crianças, as quais, por sua vez, depõem sobre traços significativos da mentalidade pedagógica, em Portugal, quanto ao modo de conceber a infância. Conclui pela necessidade de compreender o termo infância em seu plural, pois assinala a variedade de perfis que essa categoria histórica, social e psicológica comporta; e alerta para o facto de que é preciso recordar que os retratos de crianças não provêm diretamente de crianças, mas foram produzidos por aqueles que já não eram meninos.
Reference8 articles.
1. Grandeur et rennaissance du sentiment de l’enfance au Moyen-Âge;ALEXANDRE-BIDON Danièle;Histoire de L’Education,1991
2. Memórias;ALORNA Marquês de Fronteira e,1926
3. A alma nova;AZEVEDO Guilherme de,1923
4. Storia dell’infanzia;BECCHI Egli,1996
5. Tipos nacionais;COELHO Latino
Cited by
1 articles.
订阅此论文施引文献
订阅此论文施引文献,注册后可以免费订阅5篇论文的施引文献,订阅后可以查看论文全部施引文献