Abstract
RESUMO Introdução: a substituição esofágica em crianças está indicada quando não é possível manter o esôfago nativo, o que inclui principalmente pacientes com atresia esofágica e estenose cáustica esofágica. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência de um serviço universitário com duas técnicas de substituição esofágica, a transposição gástrica e a esofagocoloplastia. Métodos: Estudo retrospectivo baseado na revisão de arquivos hospitalares. A população do estudo foi de 30 pacientes com idade entre 6 meses e quatorze anos, submetidos à substituição esofágica, no período de 1995 a 2022, no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Os dados analisados foram idade, sexo, doença de base, aspectos técnicos, complicações e resultados a longo prazo. Resultados: As doenças de base mais comuns foram atresia de esôfago (73,33%) e estenose cáustica (26,67%). Vinte e um pacientes foram submetidos à transposição gástrica (70%) e nove à esofagocoloplastia (30%). A complicação pós-operatória mais frequente foi fístula da anastomose proximal, que ocorreu em 14 pacientes. A maioria dos pacientes com fístula teve recuperação espontânea. Houve três mortes no total. Dos 27 sobreviventes, 24 conseguem se alimentar exclusivamente por via oral. Conclusão: A substituição esofágica em crianças é um procedimento com alta morbimortalidade. Esofagocoloplastia e transposição gástrica têm resultados e complicações semelhantes, com exceção de fístulas da anastomose proximal, que são em geral auto-resolutivas e mais comuns na esofagocoloplastia. A escolha da melhor técnica cirúrgica deve ser individualizada, sendo que ambas as técnicas oferecem a capacidade de alimentação via oral a curto ou médio prazo.
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