Affiliation:
1. Instituto Cíclica, Brasil
2. Universidade Vila Velha, Brasil
Abstract
Este artigo analisa como as emoções são incorporadas ao enquadramento pela mídia corporativa de eventos de protesto por meio do estudo de imagens. A partir da articulação entre as teorias do enquadramento interpretativo e das emoções na ação coletiva, construiu-se um modelo de análise visual baseado na identificação dos quadros dominantes e dos processos de refinamento do olhar em três dimensões: técnicas fotográficas, interações e emoções. O modelo foi aplicado à cobertura do jornal Zero Hora ao protesto de 20 de junho de 2013 em Porto Alegre. Os resultados indicam que o jornal incorpora regimes emocionais ambivalentes: associa o protesto a símbolos de grandiosidade, patriotismo e festividade, os quais tendem a vincular-se a emoções morais (ex.: orgulho) e de lealdade e compromisso (ex.: confiança); por outro lado, táticas “violentas” são associadas a perigo/risco, ligadas a emoções reflexas (ex.: medo) e morais (ex.: indignação). Tais achados introduzem elementos visuais e emocionais à teoria dos enquadramentos da ação coletiva, com a proposição de um modelo analítico que pode ser replicado em estudos futuros.
Subject
Sociology and Political Science
Reference77 articles.
1. “’Vândalos’, ‘trabalhadores’ e ‘cidadãos’: sujeição criminal e legitimidade política na criminalização dos protestos de junho de 2013;Almeida F;Dados,2020
2. A política das ruas: protestos em São Paulo de Dilma a Temer;Alonso A.;Novos Estudos Cebrap,2017
3. Changing repertoires and partisan ambivalence in the new Brazilian protests;Alonso A.;Bulletin of Latin American Research,2016
4. Comunidades imaginadas;Anderson B,2005
5. Nós somos Anonymous: as relações comunicacionais entre o coletivo Anonymous e a mídia;Antonio B. L. C. T,2013