Affiliation:
1. Universidade de São Paulo (USP), Brasil
2. Fundação Getúlio Vargas (FGV), Brasil
Abstract
RESUMO Diante do crescente debate acadêmico e organizacional sobre gênero, voltamos nosso olhar neste artigo para os sistemas de cotas de participação feminina que vêm sendo adotados em diferentes países. Neste contexto, questionamos a afinidade desses sistemas com a efetiva igualdade de gênero reivindicada pelos movimentos feministas. A partir disso, o objetivo deste ensaio teórico é refletir sobre as cotas de gênero nas organizações à luz dos ensinamentos da abordagem feminista de Nancy Fraser, que possui um compromisso com a justiça social e a emancipação da mulher. A articulação teórica revela que as cotas de gênero estão inseridas em estruturas amparadas por ideais neoliberais e, portanto, não são capazes de romper com a opressão de gênero.
Reference47 articles.
1. Gênero e acesso ao poder legislativo no Brasil: as cotas entre as instituições e a cultura;ARAÚJO C.;Revista Brasileira de Ciência Política,2009
2. Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das mulheres na representação política;ARAÚJO C.;Revista de Sociologia e Política,2005
3. Feminismo para os 99%: um manifesto;ARRUZZA C.,2019
4. Justice and utility: Approval of gender quotas to increase gender balance in top-level managements – lessons from Iceland;AXELSDÓTTIR L.;Gender, Work & Organization,2023
5. The realization of gender quotas in post-collapse Iceland;AXELSDÓTTIR L.;NORA-Nordic Journal of Feminist and Gender Research,2017