Affiliation:
1. Centro de Pesquisas das Doenças Materno-Infantis de Campinas, Brasil
2. Universidade Estadual de Campinas, Brasil
Abstract
Qualquer tentativa de se investigar a prática de abortos ilegais deve lidar com o problema de estar perguntando às mulheres acerca de um tema delicado, sensível, com implicações múltiplas, o que leva a dificuldades para se obter informações verazes. O estudo realizado enfoca principalmente aspectos metodológicos de uma pesquisa realizada junto a uma população de mulheres de 15 a 49 anos de idade, com o objetivo de verificar a freqüência e as condições em que era feito o aborto provocado em uma região do Estado de São Paulo (Brasil). Foram entrevistadas, em seus domicílios, 1.955 mulheres. Utilizou-se um questionário estruturado e pré-testado. A maioria das entrevistadas declarou nunca ter abortado nem pensado em fazê-lo, enquanto 4% referiram alguma vez ter feito aborto; 16,7% disseram que, pelo menos uma vez, tomaram chá/remédio para menstruar. Entre as que acreditaram estar grávidas na ocasião, a maioria informou nunca ter abortado, apesar de terem menstruado quando ingeriram chá/remédio. Os resultados permitiram concluir que as mulheres tendem a omitir a informação sobre a prática de aborto quando perguntadas diretamente sobre isso. Especialmente aquelas que o induzem por ingestão de substâncias parecem não reconhecer esse ato como sendo uma forma de interromper a gestação.
Subject
Public Health, Environmental and Occupational Health
Reference16 articles.
1. Aborto clandestino: uma realidade latino-americana,1994
2. Statistical methods in medical research;ARMITAGE P.,1987
3. Aborto provocado: estudo epidemiológico descritivo numa maternidade de Florianópolis, Santa Catarina;BOEHS A.E.;Ciênc. Cult.,1983
4. Decreto-Lei n 2848,1940
Cited by
26 articles.
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