Uma revisão sistemática do uso da lactoferrina em dermatologia

Abstract

Lactoferrina (LF) é uma proteína isolada presente no leite da maioria dos mamíferos. O corpo humano produz lactoferrina em diversos órgãos através de células que, quando em situações de ameaças externas, conseguem secretar essa proteína. A LF apresenta-se como um potente componente contra o dano causado pelo estresse oxidativo e, nos últimos anos, seu estudo tem sido amplamente visado. Essa proteína já foi chamada de “molécula milagrosa”, por exibir um vasto número de propriedades anticancerígenas, anti-inflamatórias, imunomoduladoras, entre outras. O presente artigo tem por objetivo uma revisão da literatura atual sobre o uso dessa proteína no âmbito da dermatologia. Para a elaboração deste artigo de revisão foram consultados artigos científicos e artigos de revisão publicados em diversos países entre 2019 e 2024. Dentre as propriedades anti-envelhecimento, pode-se citar a capacidade da LF na regulação de crescimento, proliferação, apoptose e inflamação celular. Ademais, ela é capaz de suprimir a senescência e apoptose de células tronco mesenquimais, de promover ambas a formação de tecidos de granulação e processo de re epitelização. No domínio da dermatologia, Mohsen et al. sugere que a LF é um possível biomarcador para o diagnóstico de acne vulgar bem como pode ser utilizada como forma de tratamento para essa condição por meio de suplementação via oral. Outrossim, para além das condições dermatológicas explicitadas anteriormente, a LF pode apresentar-se sob uma ótica terapêutica em outras doenças como na dermatite atópica, por exemplo. A LF demonstrou ser promissora através dos estudos analisados, muito embora estes sejam escassos em relação a condições dermatológicas especificamente. Ainda é necessário que sejam desenvolvidos estudos em larga escala para avaliar a influência da suplementação via oral e tópica dessa proteína objetivando o tratamento de doenças da pele.