Author:
Carvalho Bruna Souza,Oliveira Marina Paolucci,Aguiar Maria Fernanda Pereira,Silvestre Mariana Montalvão
Abstract
Introdução: Múltiplos procedimentos cirúrgicos geralmente são necessários em neonatos com doença cardíaca congênita, dentre eles está o cateterismo cardíaco. Infelizmente tais procedimentos são acompanhados de riscos como parada cardíaca e percebe-se conforme a literatura que as condutas em cada procedimento são individualizadas e heterogêneas. Não há, até o momento, nenhum protocolo de anestesia e monitorização para a realização do cateterismo cardíaco em neonatos com doença cardíaca congênita.Objetivo: O objetivo deste artigo é realizar uma revisão sistemática sobre o manejo anestésico pre, intra e pós-operatório em neonatos com doença cardíaca congênita submetidos a cateterismo cardíaco.Materiais e métodos: Foram realizadas buscas de artigos publicados nos últimos 10 anos nos seguintes sites de busca: Pubmed, BVS, Cochrane library e Science direct. Foram utilizadas palavras chaves como anestesia em cateterismo cardíaco pediátrico, anestesia em cirurgia cardíaca pediátrica, anestesia em neonato com doença cardíaca, anestesia em neonatos, anestesia em pediatria.Resultados e Discussão: Foram selecionados um total de 49 artigos pelo título e após leitura total dos artigos, apenas 9 citavam o tema proposto. Não foi encontrado nenhum método anestésico específico que seja apropriado para todos os neonatos que serão submetidos a cateterismo cardíaco para tratamento de doença cardíaca congênita. Maior risco de eventos adversos foi encontrado em neonatos com peso inferior a 2kg e inversamente proporcional a idade. A dexmedemetomidina parece ter um efeito cardioprotetor em crianças, não se sabe se tem o mesmo efeito em neonatos. Não existe regulamentação para administração de oxigênio e hiperóxia foi encontrada em mais 90% dos casos. Em outro estudo que comparou o uso de BiPAP com o CNAF, demonstrou que o BiPAP reduz o trabalho respiratório, porém o CNAF proporcionou melhor oxigenação. Porém não existe nenhuma estratégia definida como preferencial para ser realizada durante o cateterismo cardíaco em neonatos. A anestesia geral com ventilação com pressão positiva proporciona via aérea segura e controle da PaCO2, mas o aumenta a pressão intratorácica alterando as medidas hemodinâmicas. Já a ventilação espontânea, mantem a fisiologia respiratória, porém, a sedação pode causar hipoventilação e subsequente acidose respiratória. Isto aumenta a resistência vascular pulmonar e pode alterar a fisiologia do shunt e afetar as medidas hemodinâmicas.Considerações finais: São necessários mais estudos e implementação de programas de pesquisa em anestesiologia pediátrica para a definição de técnicas anestésicas mais seguras para a realização de cateterismo cardíaco em neonatos com doença cardíaca congênita visando reduzir os riscos e os eventos adversos.
Publisher
South Florida Publishing LLC