Abstract
Neste trabalho, apresentamos uma síntese do significado global do fenômeno da fuga de cérebros para compreender seus efeitos no âmbito científico brasileiro. Para tanto, visamos esclarecer o funcionamento do trabalho científico no Brasil diante de outro fenômeno, a mundialização da ciência. O pesquisador no compromisso com a ciência, ao internacionalizar e desenvolver seu trabalho, vive contradições na imersão com culturas que se entrecruzam. No entanto, esse intelectual trabalha sob novas tendências globais criadas pela ciência mundializada, circunstância que pode submetê-lo ao extremo da exploração de suas capacidades técnicas articulado com a perda de sua autonomia de pesquisa e a escolha de seu objeto. Para refletir sobre esses acontecimentos, tomamos como base estudos teóricos que justificam o conceito e o movimento da fuga de cérebros, discutindo o trabalho intelectual no capitalismo. Transitamos pelos âmbitos político, econômico e da ciência para concluir a análise do colapso da ciência brasileira e os motivos que contribuem para a mercantilização do conhecimento e evasão de cientistas do país.
Reference48 articles.
1. ALTBACH, P. G. Globalization and the university: Myths and realities in an unequal world, Tertiary Education & Management, 10:1, 3-25, 2004.
2. ALTBACH, P. G.; DE WIT, H. The Challenge to Higher Education Internationalization. University World News, February, 2018.
3. ANTUNES, R.; ALVES, G. As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Educação e Sociedade, v. 25, n. 87, p. 335-351, 2004
4. ANTUNES, R. Os Sentidos do Trabalho: ensaio sobre a afirmação e negação do Trabalho. São Paulo: Boitempo, 2009.
5. BRANDENBURG, U.; DE WIT, H. The End of Internationalization. International Higher Education, 62, p.15–16, 2011.