Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar três personagens femininas do cânone shakespeariano – Katherina, da comédia A megera domada (c. 1592-4); Paulina, do romance O conto do inverno (1611), e Lady Macbeth, da tragédia Macbeth (1605-6) – à luz do conceito de “mulher rebelde” (UNDERDOWN, 1985). Partindo do uso feito por William Shakespeare do arquétipo cômico da megera (shrew), bem como da personagem histórica da barraqueira (scold), e considerando a justaposição nem sempre exata feita pela crítica literária dessas duas figuras, sugerimos que Shakespeare cria combinações variadas entre shrews e scolds, ultrapassando, como de hábito, as fronteiras entre comédia e tragédia, esfera pública e vida privada.
Publisher
Universidade Federal de Santa Maria
Reference16 articles.
1. BOOSE, L. E. Scolding brides and bridling scolds: taming the woman’s unruly member. Shakespeare Quarterly, v. 42, n. 2, p. 179-213, 1991.
2. BROWN, P. A.. Better a Shrew than a Sheep: women, drama and the culture of jest in early modern England. Ithaca: Cornell University Press, 2003.
3. CHILD, F. J.. The English and Scottish Popular Ballads. New York: Dover Publications, v. 5, 2003. Disponível em: https://books.google.rw/books?id=2S_DAgAAQBAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false. Último acesso em: mar. 2023.
4. CHAUCER, G. “Conto da mulher de Bath”. In: CHAUCER, Geoffrey. Contos da Cantuária. Tradução de José Francisco Botelho. São Paulo: Companhia das Letras, p. 323-362, 2013.
5. CROCKER, H. Engendering Shrews: Medieval to Early Modern. In: WOOTTON, David; HOLDERNESS, Graham. (ed.). Gender and Power in Shrew-Taming Narratives, 1500-1700. London: Palgrave Macmillan, p. 48-69, 2010.