Abstract
Este trabalho discute, sob a perspectiva da Epistemologia Qualitativa e da Teoria da Subjetividade de González Rey, algumas considerações em relação à abordagem psicoeducacional com crianças diagnosticadas com TEA. Para alcançar esse objetivo, debate-se criticamente o modo como o diagnóstico é concebido na aproximação da subjetividade, destacando as possibilidades de desenvolvimento subjetivo em crianças com TEA, para além da patologização e exclusão. Em seguida, são apresentados os princípios da Epistemologia Qualitativa, a saber: dialogicidade, singularidade e o caráter construtivo-interpretativo do conhecimento científico. A metodologia utilizada nesse tipo de abordagem é construtivo-interpretativa, caracterizada por uma concepção dinâmica e dialógica do campo e dos instrumentos desenvolvidos com os participantes. Além disso, mostra-se o valor metodológico de conceitos como conjectura, indicador, hipótese e modelo teórico, que fazem parte da lógica configuracional da produção de conhecimento científico/profissional que favorece o desenvolvimento subjetivo das crianças. Como resultado final, mostra-se o valor heurístico da subjetividade como perspectiva teórico-metodológica que dá origem à emoção, à qualidade dos vínculos entre professores, alunos e comunidade escolar e à promoção da criança com TEA como agente e sujeito de sua experiência.
Publisher
Universidade Federal de Santa Maria
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