Abstract
A inclusão escolar da pessoa com deficiência implica tanto a organização do trabalho pedagógico como as relações sociais que apoiam a efetividade desse processo, ou seja, trata-se de um processo eminentemente social. Essa compreensão contrapõe-se à tendência de associar a excelência do processo de inclusão das pessoas com deficiência no ensino superior estritamente às condições legais de ingresso, permanência e conclusão. Este artigo analisa a participação da rede de apoio na inclusão escolar da pessoa cega, partindo da compreensão de que não há uma determinação externa quanto à sua influência no estudante, mas uma produção subjetiva individual, permeada pelo modo como a deficiência está configurada social e subjetivamente. A pesquisa, de natureza qualitativa, foi realizada por meio de um estudo de caso com uma estudante universitária cega. Concluímos que as redes de apoio da estudante foram constituídas em resposta ao fluxo de produções subjetivas, marcadas pela subjetividade individual e social circunscrita nas relações da participante.
Publisher
Universidade Federal de Santa Maria
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