Abstract
Este artigo procura analisar a relação da saúde do corpo e da alma no Medievo. O corpo, em virtude de ter tendência a cometer os sete pecados capitais, é visto como causador da doença da alma. Neste sentido, era necessário realizar uma série de ações indicadas pela Igreja para manter a saúde do corpo e da alma por meio de ida a missas, orações, confissão, penitência, doações, entre outras. São fornecidos alguns exemplos dessas ações relacionadas a pessoas importantes do reino luso entre os séculos XIV e XV, como D. Filipa, D. João I, D. Duarte. Além disso, é analisado o único manuscrito iluminado da obra Visio Tnugdali, chamado Les Visions du Chevalier Tondal (1475), encomendado por uma duquesa muito devota, Margaret de York. Esta obra, que teve grande circulação nas Idades Média e Moderna, trata de um cavaleiro pecador que devido aos seus pecados passa por uma experiência de quase-morte e sai do corpo, sendo acompanhado por seu anjo da guarda. Após experimentar os tormentos infernais e se arrepender, a sua alma é curada e ele pede a hóstia, o que indica a cura do corpo e da alma e a sua transformação em modelo de cristão.
Publisher
Universidade Federal de Santa Maria
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1. FONTES
2. A Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 1995.
3. A Paixão de Santa Perpétua e Santa Felicidade (Passio Sanctarum Perpetuae et Felicitatis): tradução anotada, por Aline Montesine Fávaro; Tiago Augusto Nápoli; Ricardo da Cunha Lima. Rónai. Revista de Estudos Clássicos e Tradutórios. Juiz de Fora, (UFJF), v.7, n. 2, p. 37-68, 2019.
4. A Visão de Thurkill. Tradução de Ricardo Boone Wotckoski. Brathair, v. 13, n. 2), 138-147 2013.
5. De raptu animae Tundali et eius visione (1483). Veröffentlichungsangabe: Johan Speyer e Konrad Hist). Munique, 1483.