Affiliation:
1. Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Médica assistente doutora da disciplina de Reumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
2. Professor livre-docente da disciplina de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Abstract
O comprometimento renal no lúpus eritematoso sistêmico (LES) ocorre em aproximadamente 60% dos pacientes e sua morbimortalidade ainda é alta, uma vez que pode determinar a progressão para insuficiência renal crônica e necessidade de diálise ou transplante.
A nefrite lúpica (NL) apresenta graus distintos de gravidade de acordo com o tipo de glomerulonefrite, cursando com períodos de atividade e remissão, mas que exigem um pronto reconhecimento por parte dos reumatologistas para determinar uma intervenção terapêutica precoce. De fato, um retardo para se iniciar o tratamento imunossupressor está associado a um aumento de risco de recidivas de flares renais (RR 1,03 para cada 1 mês de retardo) e de insuficiência renal crônica (HR 4,2 para um retardo > 6 meses). Por isso, não se deve atrasar o tratamento, mesmo que exista a possibilidade de se realizar uma biópsia renal.
Talvez um dos pontos principais para o sucesso terapêutico da NL seja o esclarecimento e compreensão da importância da adesão a todas as medidas que serão implementadas. Neste sentido, merece destaque a manutenção do uso da hidroxicloroquina associada ao tratamento de todos os tipos de glomerulonefrites do LES.
Atualmente está bem definido o conceito de terapia de indução e de manutenção no tratamento da NL, ambas as etapas extremamente importantes para o sucesso. O uso dos agentes imunossupressores nessas fases, juntamente com diversas outras medidas, pode contribuir positivamente não só para a obtenção de melhor controle do processo inflamatório, mas também para a preservação da função renal a longo prazo. Para isso, é importante saber quais as nossas metas nessas etapas de tratamento.
Publisher
Revista Paulista de Reumatologia