Síndrome de ativação macrofágica em crianças com doenças reumáticas
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Published:2015-09-30
Issue:2015 jul-set;14(3)
Volume:
Page:14-20
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ISSN:2675-3898
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Container-title:Revista Paulista de Reumatologia
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language:pt
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Short-container-title:Rev Paul Reumatol
Author:
Aikawa Nádia Emi1, Kozu Kátia2, Sallum Adriana Maluf Elias2, Silva Clóvis Artur Almeida1, Campos Lúcia Maria de Arruda2
Affiliation:
1. Unidade de Reumatologia Pediátrica – Instituto da Criança – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Disciplina de Reumatologia – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) 2. Unidade de Reumatologia Pediátrica – Instituto da Criança – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP)
Abstract
A linfo-histiocitose hemofagocítica (LHH) é uma condição clínica associada à desregulação da atividade inflamatória do sistema imunológico, caracterizada pela secreção exacerbada de citocinas. A LHH pode ser classificada como primária ou secundária. A LHH primária (LHHp) tem sua apresentação já na infância e ocorre em indivíduos geneticamente predispostos, numa incidência de 1:50.000 nascidos vivos. É caracterizada pela presença de uma mutação autossômica recessiva, como a da deficiência de perforina.
Já a forma secundária ou adquirida ocorre em resposta a estímulos inflamatórios como infecções, neoplasias ou doenças reumáticas autoimunes e autoinflamatórias. Dentre os agentes infecciosos, sugere-se que a SAM possa ser desencadeada especialmente pelo vírus Epstein Barr (VEB), varicela, parvovírus B19, Salmonella, Pneumocystis carinii e fungos. A forma secundária da LHH relacionada às doenças reumáticas ficou conhecida como síndrome de ativação macrofágica (SAM). Trata-se de uma complicação rara, que afeta em especial crianças portadoras de artrite idiopática juvenil forma sistêmica (AIJs) e lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ), mas que pode ocorrer também em outras doenças reumáticas crônicas, como doença de Kawasaki, dermatomiosite juvenil (DMJ) e doenças autoinflamatórias (DAI).
Apesar de pouco frequente, a SAM é considerada uma complicação extremamente grave das doenças reumáticas da infância, pois está associada à disfunção de múltiplos órgãos e choque, sendo sua mortalidade estimada em 2% a 7% dos casos.
Recentemente, a publicação de uma casuística de pacientes chineses adultos com doenças reumáticas associadas à SAM revelou prevalência ainda mais baixa desta complicação, porém, com mortalidade muito mais acentuada na população adulta (50%) do que na descrita para a faixa etária pediátrica, possivelmente relacionada ao atraso no diagnóstico. Outra observação dos autores diz respeito às manifestações clínicas da SAM em pacientes adultos. Apesar de a febre persistente, as citopenias e o comprometimento hepático serem os sinais mais frequentes em ambas as faixas etárias, os pacientes adultos com SAM apresentaram maior frequência de disfunção respiratória e menores taxas de comprometimento neurológico, quando comparados à população pediátrica, sugerindo cursos clínicos diversos nas diferentes faixas etárias.
Publisher
Revista Paulista de Reumatologia
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