Affiliation:
1. Reumatologista e fisiatra; mestre e doutora pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); professora afiliada da Disciplina de Reumatologia da EPM-Unifesp
2. Ortopedista; doutor pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); responsável pelo Ambulatório de Terapia por Ondas de Choque Extracorpóreas da Disciplina de Medicina do Esporte do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da EPM-Unifesp
Abstract
Neste artigo, os autores revisam e discutem os principais mecanismos biológicos desencadeados pela ação da terapia por ondas de choque extracorpóreas (TOCE) no tratamento de doenças musculoesqueléticas dolorosas. A TOCE é intervenção não invasiva e pode ser utilizada como parte do tratamento em várias enfermidades onde estejam envolvidos na patogênese eventos como isquemia, degeneração tecidual, retardo na consolidação óssea, calcificações e contração muscular persistente. As ondas de choque podem ser produzidas por geradores eletro-hidráulicos, eletromagnéticos e piezoelétricos, podendo ser o tratamento de alta ou baixa energia, com aparelhos de TOCE focada (que atinge tecidos mais profundos) ou radial (que atinge tecidos mais superficiais). Acredita-se que através da mecanotransdução a aplicação da TOCE produza reações biológicas que desencadeiam, principalmente, a analgesia, liberação de fatores de crescimento tecidual, neoangiogênese, aceleração do reparo ósseo e fragmentação dos depósitos de cálcio. Esses efeitos são interessantes para o tratamento de várias das doenças musculoesqueléticas como as entesopatias e as tendinopatias (calcárias ou não), já que nessas doenças estão envolvidas degeneração tecidual, presença de calcificações e entesófitos. A TOCE pode ser considerada tratamento clínico em casos refratários dessas enfermidades, principalmente na tentativa de evitar cirurgias.
Unitermos: Terapia por ondas de choque extracorpóreas. Doenças musculoesqueléticas. Mecanotransdução. Tendinopatia crônica. Entesopatia crônica. Não união óssea.
Publisher
Revista Paulista de Reumatologia