Abstract
O transplante de medula óssea (TMO) alogênico representa a única modalidade terapêutica com potencial curativo provado para pacientes portadores de leucemia mielóide crônica (LMC). A morbidade e mortalidade associadas ao procedimento ainda limitam a sua utilização a pacientes jovens e que possuem um doador HLA-compatível. Os resultados, que começam a ser documentados na literatura, com o uso do interferon questionam a primeira afirmativa pois, nos pacientes de baixo risco, nos primeiros anos de observação, os resultados obtidos com o interferon parecem ser superpostos àqueles obtidos com o TMO. O interferon não é livre de complicações, com uma tolerância reduzida principalmente em pacientes idosos, e a remissão molecular, obtida com o transplante, ainda não pode ser reproduzida de forma duradoura. Os resultados preliminares animadores, obtidos com os inibidores de tirosinaquinase, e os resultados muito favoráveis recentemente confirmados por vários grupos em todo o mundo, utilizando TMO com doadores não consangüíneos, tornam a indicação imediata do transplante ainda mais complexa. A possibilidade de resgatar as recidivas pós-transplante com infusões de linfócitos do doador precisa ser valorizada, considerando-se a utilização de regimes não mieloablativos e modificações da profilaxia da doença do enxerto-contra-hospedeiro (DECH). A avaliação da qualidade de vida dos pacientes submetidos às diferentes modalidades terapêuticas será fundamental para a orientação da melhor estratégia a ser adotada para eles.
Publisher
Universidade de Sao Paulo, Agencia USP de Gestao da Informacao Academica (AGUIA)
Cited by
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