Abstract
As minhocas desempenham papeis importantes na formação do solo, contudo pouca atenção é dada à bioturbação pelos pedólogos. A descrição morfológica tradicional, assim como os procedimentos de caracterização física e química do solo, não contemplam as estruturas biogênicas, que nem mesmo são consideradas pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar as feições biogênicas como canais, câmaras e dejeções, produzidas pela atividade de minhocas no solo da Estação Biológica de Boracéia, em São Paulo. As bioestruturas foram coletadas, medidas, fotografadas e organizadas por tipo (cilíndricos e blocos irregulares) e tamanho (muito pequeno, pequeno, médio, grande e muito grande). Foram realizadas análises físicas e químicas destes materiais e do solo: granulometria, carbono orgânico, bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+, P). Alguns canais biogênicos encontravam-se preenchidos por solo revolvido (as crotovinas) e outros não. As características redoximórficas são muito comuns nas paredes dos canais, porque esses dutos biogênicos contribuem para a difusão de O2 do solo e a remoção de CO2 no perfil. As dejeções têm textura arenosa, o conteúdo de carbono orgânico nelas é três vezes superior comparado ao da matriz do solo, indicando a eficiência de certos grupos ecológicos de anelídeos na incorporação de matéria orgânica em subsuperfície. Os coprólitos também apresentaram maiores quantidades de fósforo, cálcio e magnésio do que o solo. As minhocas cumprem funções fundamentais no solo, como aeração, agregação, incorporação de matéria orgânica e aumento de sua fertilidade. Portanto, os agregados biogênicos influenciam fortemente na pedogênese, especialmente na zona tropical.
Publisher
Universidade de Sao Paulo, Agencia USP de Gestao da Informacao Academica (AGUIA)
Cited by
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