Abstract
Objetivo: Analisar como os significados são decodificados no momento do consumo de bens simbólicos oriundos de uma prática empreendedora cultural.
Referencial Teórico: A prática empreendedora cultural emerge a partir da aquisição simbólica pelos bens culturais como substrato para sua inserção e permanência no mercado de consumo. A partir do modelo de Codificação e Decodificação de Hall (2011), compreende-se que os significados decodificados pelos consumidores podem ser diversos e inclusive opostos àqueles codificados na produção.
Método: As técnicas de coleta de informações foram de Observação e Entrevistas semiestruturadas. Na análise, utilizou-se o modelo de Hall (2011) com suporte da Análise de conteúdo.
Resultados e Discussão: A construção de significados no âmbito da produção se apresenta como estratégia de subsídio à ação empreendedora cultural, concretizada por intermédio do consumo simbólico, ainda que parte dos consumidores (re)construam sentidos que extrapolam aqueles codificados na produção.
Implicações da Pesquisa: O estudo em uma comunidade quilombola oferece à ciência da Administração a compreensão de formas alternativas de gestão e empreendedorismo, dando voz a sujeitos marginalizados pela sociedade. Além de oferecer ao Estado um caminho plausível para a formulação de políticas públicas que ensejem o desenvolvimento das comunidades que buscam comercializar seus bens culturais.
Originalidade/Valor: O estudo traz uma perspectiva de criação do valor simbólico do artesanato a partir da ótica do consumidor, articulando o campo do Empreendedorismo Cultural com o modelo de Hall (2011), no intuito de dar conta das subjetividades envolvidas no momento do consumo.
Publisher
RGSA- Revista de Gestao Social e Ambiental
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