Abstract
Com um estudo indutivo qualitativo operado pelo método da teoria fundamentada em dados (TFD), observado o referencial de Usos e Gratificações para o consumo das plataformas digitais, buscamos nesse artigo apresentar achados empíricos acerca das razões que contribuem para a busca e o consumo de informação digital de saúde, por remanescente quilombolas da comunidade Bairro Porto D’ Areia, município de Estância, Sergipe. Aqui, descrevemos um recorte voltado para a perspectiva da motivação “cuidado consigo e com o outro”, em que privilegiamos a descrição da necessidade de compreensão de informações que identifiquem diagnósticos, sintomas, origem de doenças, terapias e medicamentos, e que incita “tomadas de decisão sobre o autocuidado e a saúde dos mais próximos”. Com doze entrevistas em profundidade operadas, relatamos aqui as experiências desse grupo, que sobrevive à margem de estruturas como saneamento básico, alimentação balanceada, áreas de desporto, educação, cultura, e atendimento médico hospitalar. Esses sujeitos demandam cuidados com a saúde e mantêm contato com tecnologias digitais, então, faz-se necessário compreender como lidam e decidem sobre saúde a partir dessa fonte de informação. Nessa seara, aqui desvelamos as principais experiências relatadas, motivações fundadas nas respectivas capacidades de escolha dos sujeitos, visto que condições estruturantes da comunidade acabam por modular suas práticas cotidianas acerca da saúde. Como resultado, observamos entre os entrevistados que a busca por autocuidado está relacionada ao autodiagnostico, uso de medicamentos, adoção de tratamentos e práticas preventivas de cuidados com idosos e crianças.
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