Abstract
Este artigo pretende compreender o processo de autonomia dos/as alunos/as na gestão das escolas secundárias, mobilizando um recorte do estudo em desenvolvimento em Portugal, sobre o Movimento Voz dos/as alunos/as. Neste texto procuramos conceitualizar e discutir a autonomia dos/as alunos/as, a partir das suas experiências, num contexto pós-pandêmico, onde surgem diferentes desafios e preocupações com a voz dos/as alunos/as, a nível nacional, europeu e mundial, e se identificam ou não possibilidades de participação democrática na tomada de decisões escolares. Do ponto de vista teórico-metodológico, parte-se do enquadramento político-normativo e teórico que tem orientado a autonomia e gestão escolar pública (Cortella, 1999; Dewey, 1916; Ferreira, 2012; 2017; Lima, 1998; 2014; 2021; Melville et al., 2018) e utiliza-se uma metodologia quali-quanti, visibilizando as vozes, experiências e reflexões (im)próprias dos/as alunos/as de uma escola no norte de Portugal, salientando-se a complexidade da realidade escolar e percebendo-se que a presença dos/as alunos/as nos órgãos de decisão e espaços formais, organizada e institucionalizada nas escolas, poderá continuar ad aeternum a influenciar pouco a real autonomia dos/as alunos/as. Mas há a registar outras iniciativas, práticas e experiências dos/as alunos/as que podem estar a apontar outras estratégias e caminhos, que queremos continuar a estudar no âmbito da investigação em curso.
Publisher
Cruzeiro do Sul Educacional
Reference68 articles.
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