Reflexões acerca das produções científicas realizadas com a Prosopis juliflora (Sw.) DC. (Leguminosae) e os desdobramentos socioambientais da sua inserção no Semiárido nordestino

Abstract

O Semiárido brasileiro possui características marcantes nos seus aspectos socioambientais, em destaque as questões climáticas e hídricas, além do fenômeno das secas e do processo de desertificação que se materializa na interface da relação entre a sociedade e a natureza. Ainda neste sentido, tem-se o setor das atividades financeiras influenciadas pelo poder das oligarquias locais. No entanto, políticas públicas são exercidas na região, entre tais políticas, cita-se o incentivo à introdução da espécie vegetal, Prosopis juliflora (Sw.)DC., com inserção influenciada pelas suas características como o alto potencial forrageiro e a adaptabilidade de manter-se verde em pleno período seco, o que seria assim, a espécie “salvadora” e com alternativas socioeconômicas ao Semiárido. No entanto, passadas décadas da inserção das algarobeiras surgiram pesquisas acerca do seu comportamento como espécie invasora, com estudos que demonstraram relações da espécie com diminuição da riqueza da fitodiversidade da Caatinga, entre outros impactos, que muitas vezes conduzem à desertificação. Visto a dualidade que a espécie representa, buscou-se analisar as produções científicas acerca das percepções e da sua trajetória, que vai desde o aporte sociopolítico de sua inserção ao seu enquadramento como problemática ambiental. Para isso, aplicou-se a análise de produções científicas regidas em princípios estatísticos que utilizam de indicadores bibliométricos. Assim o estudo veio a demonstrar as tendências e correntes das produções a nível global e regional, retratando todo o histórico de introdução da espécie e dissertando acerca da sua relevância socioeconômica e do seu comportamento como espécie invasora e impactos ambientais.