Abstract
Vale destacar que estas reflexões antecederam a pandemia da COVID-19 por quase um ano. Não podemos ‘fechá-las’, iniciando o ano de 2023, sem reconhecer seus esforços como os da mãe pássaro, alimentando os filhotes nos concretos de uma cidade contemporânea. Exemplo de fenômenos que fazem ‘florir nas fendas dos racismos e das discriminações’ (pandemia secular em sociedades como a brasileira). Como florir mais através das pesquisas científicas? Instiga olhar a pesquisa como atividade inerente aos seres humanos, embora, a acadêmica seja vista como algo que só pode ser apropriado por grupos de habilidades e competências ‘científicas’, evidenciando novas descobertas, teorizações e conceitos, esquecendo-se das soluções dadas às implicações nos riscos de nossas vidas e às formações criativas, presentes nos dados ou experiências postas em análise, para tecer redes analíticas de conhecimento por diferentes malhas de significações, usando softwares, arte, fotografia, ou qualquer outra forma de comunicar, as linguagens da vida. É sobre infinitas possibilidades metodológicas de fazer pesquisa que este artigo discute, visando estimular reflexões sobre alguns modos de produzir e analisar dados em pesquisas qualitativas na educação com metodologias pós-críticas. São tecituras vivíveis movidas pela criatividade da pessoa narradora (Benjamin, 1994) ou pesquisadora – aquela pessoa oleira que molda e fabrica um pote de argila ou a tecelã que produz panos, tapeçarias ou ‘fuxicos’– construído com sobras de tecido, cortados em pequenos círculos e costurados na forma de poliédricos achatados. Formam um mosaico em que partes e todo são relacionados e imbricados (Pereira & Passos, 2009). Tece recomendações pontuais de algumas literaturas acerca do uso da análise de conteúdo, do discurso, da etnografia e da decolonialidade, a partir de nossa própria experiência tecelã na produção e análise de dados nas pesquisas educacionais pós-críticas.
Publisher
Universidade Estadual de Maringa
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