Author:
O’Dwyer Gisele,Konder Mariana
Abstract
Apesar do volumoso e extenso investimento nos diversos componentes da Rede de Atenção às Urgências (RAU), a experiência dos usuários continua sendo a de acesso limitado, quando não interditado, e de muita luta e sofrimento para terem suas demandas atendidas. Temos frequentemente uma situação de atendimento demorado, quando de fato acontece, orientado para a queixa e completamente deslocado do restante da rede. A superlotação das emergências hospitalares sintetiza bem esse fenômeno, tornando-se o local em que a violação de direitos é mais intensamente vivenciada pelo usuário. A rede hospitalar encontrase no centro das respostas para essa experiência, sobretudo porque muito pouco foi feito pelo hospital ao longo de mais de três décadas de desenvolvimento do SUS. As condições do parque hospitalar e do sistema de urgência, pela precariedade sustentada ao longo dos anos, produzem sistematicamente sofrimento ao paciente, com significativas consequências, como aumento da morbidade e mortalidade
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