Author:
Azevedo Mário Luiz Neves de
Abstract
Elegemos como objeto central deste livro a relação entre educação e neoliberalismo. Nosso objetivo principal é de conhecer suas origens, descobrir a que veio, discutir sobre as causas da sua aceitação geral e identificar as suas propostas para a educação. O mercado é o instrumento de (des)regulação da economia nomeado pelo neoliberalismo. Os doutrinadores neoliberais imaginam um mercado perfeito. Desejam que ele evite as crises, equilibre a oferta e a procura e aloque eficientemente os recursos. Pode-se analisar esse movimento de diferentes perspectivas. Por uma delas, o neoliberalismo é visto como mais uma representação da falsa consciência expressa pelas classes dominantes ou por frações destas classes. Desse ponto de vista, considera-se que essa falsa interpretação é imposta ao complexo social como se fosse uma leitura verdadeira da realidade. Por outro lado, entretanto, pode-se considerar que há uma “razão real” que justifica e respalda o neoliberalismo. Isto é, devido às deficiências do Estado “realmente existente” no atendimento ao público e em virtude da essência estatal já estar privatizada, as reformas propostas pelos neoliberais são aceitas sem maiores resistências pela população. Não obstante o discurso feito pelos neoliberais de que a educação é das poucas áreas onde o Estado que continuar sendo atendida pelo Estado, na realidade, esse patrocínio estatal, também, passa pelo mercado. As propostas para a educação elaboradas por Milton Friedman, referência inconteste do neoliberalismo, e a experiência privatizante do ensino de primeiro grau ocorrida no Município de Maringá são objetos de análise no presente trabalho.
Reference213 articles.
1. ADRIÃO, T. Escolas charters nos EUA: contradições de uma tendência proposta para o Brasil e suas implicações para a oferta da educação pública. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 28, n. especial, p. 263-282, 2014.
2. AFONSO, A. J. Estado, mercado, comunidade e avaliação: esboço para uma rearticulação crítica. Educação & Sociedade, Campinas, ano XX, n. 69, p. 139-164, dez. 1999.
3. ALVES, G. O que é o precariado? Blog da Boitempo. São Paulo, 22 jul. 2013. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2013/07/22/o-que-e-o-precariado/. Acesso em: 28 fev. 2019.
4. ALVES, M. T. G. Conteúdos ideológicos da nova direita no município de São Paulo: análise de surveys. Opinião Pública, Campinas, v. 6, n. 2, p. 187-225, 2000.
5. AMARAL, L. H. Médicos abrem cooperativas em SP. Folha de São Paulo, São Paulo, 6 abr. 1995. Caderno 3, p. 1.