Abstract
Contextualização: O presente artigo propõe-se a investigar o desafio da elaboração de políticas públicas do pós pandemia COVID-19, no Brasil, no contexto de uma sociedade pós-moderna do risco, considerando o cenário de politização da ciência incentivado pelas fake news e sustentador de posturas negacionistas.
Objetivos: Propõem-se as seguintes hipóteses: a) processo de desinformação provocado pela disseminação de notícias falsas em torno da pandemia no Brasil estaria conduzindo a uma avaliação tendenciosa do termostato do risco resultante de um processo de politização da pandemia; b) avanço da ciência e a crença nos sistemas peritos envolvidos na solução da crise pandêmica em um processo de construção reflexiva do conhecimento proporcionariam a abertura para caminhos democráticos de diálogo de superação em harmonia com direitos e liberdades individuais.
Metodologia: Partiu-se de consulta bibliográfica, norteada pelo método dedutivo e mediada por uma abordagem descritivo-interpretativa.
Resultados: Conclui-se que a questão pandêmica extrapola o âmbito da autonomia da vontade, elevando-se a uma situação de interesse cosmopolita. Por isso, impõe um duplo imperativo ético ao agir, norteado pela solidariedade sincrônica e diacrônica, e uma releitura da regra in dubio pro societatis para afirmar que, na dúvida, deve-se salvaguardar a saúde e a vida de toda a coletividade.
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