Abstract
Resumo: A partir do livro Critical autoethnography: intersecting cultural identities in everyday life (2014), organizado por Robyn Boylorn e Mark Orbe, proponho neste artigo uma discussão onde empreendo a importância de analisar a autoetnografia desenraizada da matriz civilizatória, exclusivamente ocidental, na qual é normalmente inserida como um método útil somente para expressar as experiências localizadas nas diferenças ou na instância de se reconhecer a diversidade. Além disso, trago algumas indagações provenientes das limitações impostas a práxis, pois, se estamos falando de uma supremacia que exerce sua dominação sobre grupos/povos e, consequentemente, sobre o conhecimento, narrativa e a verdade, o que significa "qualquer coisa"? Por quais parâmetros o "bem escrito" é avaliado? Como quantificar a criatividade? Qual é a função da autoetnografia se nem todos os relatos são considerados apropriados? Dessa forma, interessa-me demonstrar que as autoetnografias têm a possibilidade de interpelar os estereótipos e as narrativas hegemônicas, de criar espaços vastos de reflexão e de auxiliar no aperfeiçoamento das nossas incessantes negociações no campo do conhecimento. Portanto, através de uma perspectiva interdisciplinar, crítica e corporalmente implicada (experiência pessoal), busco tecer e contribuir para a ampliação da presente discussão que, por sua vez, é inesgotável e atravessada por inúmeras complexidades.
Palavras-chave: Narrativas Pessoais; Metodologia; Pesquisa qualitativa; Autoetnografia.
Publisher
Universidade Federal de Juiz de Fora
Cited by
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