Abstract
As práticas de ativismo coletivo, ou ação sociopolítica fundamentada, são uma estratégia pedagógica cada vez mais valorizada na área das Ciências da Educação, por potenciar a capacitação e empoderamento dos alunos para uma cidadania ativa e democrática e a atuação responsável face às questões sociocientíficas e socioambientais que caracterizam a sociedade. O presente estudo centra-se nas potencialidades educativas do desenvolvimento de exposições interativas on-line, sobre imunidade e controlo de doenças, como estratégia de ativismo em tempos de pandemia. Seguindo uma abordagem qualitativa e um paradigma interpretativo, relata o trabalho desenvolvido com uma turma de 28 alunos do 12.º ano, no âmbito da disciplina de Biologia. A intervenção teve por base a teoria socioconstrutivista da aprendizagem e três etapas principais: a pré-produção, produção e pós-produção de uma exposição científica, neste caso designada Pharmaction. Especificamente, pretendeu-se valorizar o conhecimento científico como meio de promoção da saúde, divulgar informação e mobilizar a comunidade a agir na adoção de comportamentos responsáveis, dado existirem doenças e desequilíbrios imunitários. Por se concretizar no contexto de ensino a distância, devido à COVID-19, a exposição foi on-line e construída por meio de ferramentas da Web 2.0. Os dados obtidos, através de inquéritos, observação e análise documental, apontam o potencial educativo da estratégia. Os alunos ampliaram várias competências transversais, destacando-se as competências para a ação, no domínio do ativismo, além de aprendizagens significativas sobre o tema estudado. Apesar das dificuldades na colaboração, pesquisa e gestão de tempo, a turma achou uma forma única, desafiante e motivadora de aprender ciência e, à semelhança dos visitantes, uma boa estratégia de ativismo que beneficiou do recurso às TIC.
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