Cirurgia cardíaca de troca valvar: os desafios do mundo real na escolha da prótese
-
Published:2024-04-12
Issue:4
Volume:16
Page:e3929
-
ISSN:1989-4155
-
Container-title:Cuadernos de Educación y Desarrollo
-
language:
-
Short-container-title:Cuad. Ed. Desar.
Author:
Costa Larissa Radavelli da,Natali Lucas Destefani,Baptista Glícia Chierici,Lott Layla Pasolini,Barros Lucas Crespo de,Calil Osmar Araújo,Barbosa Roberto Ramos,Barbosa Luiz Fernando Machado
Abstract
Introdução: A valvopatia reumática tem alta prevalência no Brasil, acomete frequentemente pacientes jovens e gera grande impacto econômico e social. A decisão acerca do tipo de prótese valvar pode ser complexa, principalmente quando há fatores individuais a se considerar. Relatamos o caso de uma paciente com valvopatia mitral reumática com indicação cirúrgica cuja decisão acerca do tipo de prótese foi controversa e baseou-se em discussão de Heart Team. Método: Os dados foram extraídos do prontuário médico da paciente. Foi realizada revisão de literatura nas bases de dados PubMed e BVS Brasil. Relato do caso: Paciente de 25 anos com história de febre reumática, sem adesão ao acompanhamento e ao tratamento proposto. Antecedente de cinco gestações, além de uso de substâncias psicoativas e etilismo. Admitida com insuficiência mitral importante complicada com fibrilação atrial, em classe funcional NYHA III, com indicação cirúrgica. Após análise minuciosa do contexto social da paciente e do seu grau de compreensão sobre a doença e a necessidade de anticoagulação, foi optado pela prótese biológica em discussão multidisciplinar. O procedimento cirúrgico foi realizado com sucesso, com boa evolução intra-hospitalar. O ecocardiograma transtorácico realizado no pós-operatório mostrou prótese biológica mitral normofuncionante, com refluxo discreto. Paciente permanece em acompanhamento ambulatorial, assintomático, em uso regular das medicações e em seguimento multiprofissional. Discussão: A escolha sobre a prótese biológica ocorreu devido ao risco associado à anticoagulação em um contexto social desfavorável. A definição do tipo de prótese deve ser individualizada e analisada com cautela frente à realidade de cada paciente, inclusive em jovens. Discussões multiprofissionais são recomendadas para que as equipes tomem as decisões mais acertadas. Conclusão: Permanece o debate quanto à prótese ideal nesses casos, tal escolha deve ser individualizada e analisada com cautela frente ao contexto de cada paciente.
Publisher
South Florida Publishing LLC
Reference14 articles.
1. DAVID, T.. Perspectives on surgical treatment of mitral valve disease. Asian Cardiovascular And Thoracic Annals, [S.L.], v. 28, n. 7, p. 360-365, 29 mai. 2020. DOI: 10.1177/0218492320930846. 2. FERNANDES, A. M. S.; ANDRADE, G. M.; OLIVEIRA, R. M.; BISCAIA, G. T.; REIS, F. F. B.; MACEDO, C. R.; DURAES, A. R.; ARAS JUNIOR, R.. Evaluation of variables responsible for hospital mortality in patients with rheumatic heart disease undergoing double valve replacement. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, [S.L.], v. 29, n. 4, p. 537-542, 2014. DOI: 10.5935/1678-9741.20140044. 3. HEAD, S. J.; ÇELIK, M.; KAPPETEIN, A. P.. Mechanical versus bioprosthetic aortic valve replacement. European Heart Journal, [S.L.], v. 38, n. 28, p. 2183-2191, 20 abr. 2017. DOI: 10.1093/eurheartj/ehx141. 4. LAMEIJER, H.; AALBERTS, J. J. J.; VAN VELDHUISEN, D. J.; MEIJER, K.; PIEPER, P. G.. Efficacy and safety of direct oral anticoagulants during pregnancy; a systematic literature review. Thrombosis Research, [S.L.], v. 169, p. 123-127, set. 2018. DOI: 10.1016/j.thromres.2018.07.022. 5. LIMA, H. M. C.; MOREIRA, J. A.; PAULO L.; MIDLEJ NETO, T. K.; LAGUARDIA S.; ROCHA, L. L. V.. Febre reumática: evolução clínica da adolescência à 3ª idade sob valvulopatia. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research - BJSCR, [S.L.], v. 21, n. 3, p. 76-78, 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 mar. 2024.
|
|